No início do karatê no Brasil, houve uma geração de pessoas que construíram a popularidade da nossa arte marcial com força de vontade, técnica e espírito de luta.
Um dos ícones do karatê carioca e brasileiro, um dos maiores atletas que o nosso karatê já produziu chama-se Flávio Costa, atualmente 6º Dan de karatê Tradicional.
Como atleta, Sensei Flávio conquistou títulos estaduais, brasileiros e, o mais importante, o título panamericano com a Seleção Brasileira.
Como professor, o mestre formou inúmeros campeões, e cedeu vários atletas para as seleções carioca e brasileira.
Nessa entrevista o sensei abre um pouco sua história dentro do karatê, e comenta sobre uma das maiores lutas da história da arte das mãos vazias, contra o grande Enio Vezulli (SP)
1 – Por que começou a praticar karatê? Quem foi seu mestre?
Eu fazia judô e quando a minha aula terminava sempre dava um jeito de ver as aulas da karatê. Neste mesmo ano (1970), entrei para o exército e havia começado a ter aulas de karatê ministrado pelo professor Lirton dos Reis Monassa – Foi como tudo começou.
2 – Comente sobre sua primeira competição. Como foi a primeira luta?
A primeira competição foi na Kobukan, campeonato interno por equipes. A minha equipe era composta por três faixas vermelha e dois faixas verde e conseguimos ficar em 2° lugar.
Quanto à luta eu não havia conseguido apurar qualquer tipo de técnica, era simplesmente um máquina de repetição, pois era faixa vermelha. A partir daí foi que comecei a ver a luta de forma diferente.
3 – Diga seus principais títulos como atleta.
Não sei quantas vezes fui campeão brasileiro por equipe.
Bicampeão universitário, bicampeão carioca individual e acho que umas dez ou doze vezes campeão carioca por equipes.
Campeão interno da Kobukan. Cito este campeonato por só ter fera na competição.
Campeão Panamericano em Montreal – Canadá
Campeão Brasileiro Individual MASTER.
Todos títulos de kumite.
4 – Por quantos anos integrou a Seleção Carioca?
Mais de 10 anos na Seleção Carioca.
5 – Qual luta de competição que foi inesquecível? Conte como foi, e contra quem.
Foi um Campeonato brasileiro dentro de São Paulo. Fui para a final com o paulista Ênio Vezulli, sendo juiz central Machida sensei e o meu técnico Hiroyasu Inoki sensei. Foi a Luta mais longa e difícil da minha vida, ocorreram diversas coisas como 11minutos de luta,vários empates e desempates e até desentendimento entre o árbitro central e meu técnico.
Não houve campeão este ano porque depois de 11 minutos de luta meu técnico pediu que eu me retirasse.O campeonato ficou só com o terceiro lugar que era ninguém menos do que Paulo Góis (Paulão).
Chegando aqui foi feito um treinamento especial e Inoki sensei me elogiou e agradeceu pelo o que eu havia feito e me presenteou com o maior troféu que ganhei em campeonato e disse ser eu o Campeão Brasileiro daquele ano. Imaginem como me senti?
6 – Tirando seu sensei, quem foi seu ídolo no karatê?
MACHIDA SENSEI
7 – Quais os principais golpes que utilizava, e como fazia para treiná-los?
Gyaku tsuki e mae geri
Com um número incrível de repetições e um zelo cada vez maior para poder atingir uma técnica que deixasse o meu adversário sempre no chão.
8 – Quais os principais atletas que você já formou. Quem foi o maior de todos?
MARCOS FELIPE ( MARQUINHO)
MARCOS FLAVIO VANDERLEI (DELÍNQUA)
ORLANDO RIBEIRO COSTA (IRMÃO)
OSWALDO DE DEUS GONÇALVES
VENCESLAU CARDOSO (MESTRE LAU)
VICENTE DE PAULA
MARCOS BRITO (XUXU)
JOSÉ GONÇALO (JÉ)
ARI ARSOLINO
GEHARD GARZ
BRUNO MOUREN
ALEMÃO
EDUARDO CARVALHO DOS SANTOS.
Todos foram grandes SAMURAIS e se dedicaram de uma forma única com força de vontade e perseverança em nome do karatê-do e da academia Flavio Costa.
MARQUINHO com seu KATA UNSU, ganhou muitos campeonatos.
EDUARDO CARVALHO NO KUMITE, foi muito respeitado e ao mesmo tempo uma pessoa muito iluminada e um poder de socializar,ajudar ao próximo e dedicar-se ao CAMINHO DAS MÃOS VAZIAS.
Graças a Deus pude participar da vida de cada um deles. Já com o EDU tive uma convivência maior, pois foi meu cunhado, me deu a honra de poder ser padrinho de crisma do seu filho.
E o presente maior: ele é o filho que não tive.
OSS…
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